Alimentos influenciam na saúde da sua boca!

Os hábitos alimentares influenciam diretamente na saúde bucal. Com a correria do dia a dia as pessoas optam pela praticidade de comer produtos industrializados, refrigerantes, comidas com muito corantes. Enfim, uma porção de alimentos vilões da saúde bucal. Mas será que você, sabe quais são os alimentos mocinhos e vilões dessa guerra? Selecionamos algumas dicas para orientá-los nessa constante luta por uma alimentação mais saudável.

Os alimentos podem ser classificados em três grupos principais:

Construtores: auxiliam no crescimento e no restabelecimento dos tecidos. Bons exemplos são as carnes brancas e vermelhas, o leite e seus derivados, feijão, ervilha, soja e ovos.

Energéticos: são bons exemplos o óleo, manteiga, margarina, açúcar, mel, pão, biscoito, doces, arroz, macarrão, milho, batata, mandioca e farinhas.

Reguladores: regulam o funcionamento do corpo, previnem doenças como gripes e resfriados e ajudam na digestão. Bons exemplos são os alimentos que possuem as vitaminas A, B, C, D, E, K e os minerais ferro, cálcio, sódio, potássio, zinco. Essas vitaminas e minerais estão presentes nas frutas, verduras e legumes.
Os alimentos detergentes são aqueles que auxiliam na remoção de resíduos, gorduras e bactérias dos dentes. Eles aumentam a produção de saliva, diminuindo a acidez da boca, são ricos em fibras e possuem menos açúcar. Bons exemplos são a maçã, pera, kiwi, melancia, brócolis, acelga, pepino e mamão.

A vitamina C mantém as gengivas saudáveis, ajuda na formação de colágeno (presente na gengiva) e ainda auxilia na cicatrização de pequenos cortes como os causados por fio dental, por exemplo.

Sem excessos de doces! A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de chocolate no limite de 50g por dia, ou seja, um tablete pequeno. Essa é a quantidade ideal para aproveitar os benefícios do alimento sem prejudicar a saúde bucal.

A prevenção de problemas bucais está associada à alimentação saudável e boas práticas de higiene bucal!

Consumo de iogurte natural combate o mau hálito

No Japão, pesquisadores japoneses constataram que, na versão natural e sem açúcar, o iogurte ajuda a eliminar o mau hálito. O estudo mostrou que as bactérias Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermiphilus combatem as bactérias produtoras de enxofre, substância que causa o mau cheiro.

Além do iogurte, pesquisas apontam que o consumo de leites fermentados também auxilia no combate de problemas bucais. Pessoas que consomem diariamente de 20 a 50g de iogurte natural e sem adição de açúcar são menos propensas à doença periodontal. E os benefícios vão além da boca. Os alimentos funcionais reforçam o sistema imunológico, equilibram a flora intestinal e o controle do colesterol e os triglicerídeos.

Apesar disso, é preciso se atentar para a higiene bucal após o consumo. O iogurte é fonte de proteína e, depois de fermentado, serve como alimento para bactérias que causam doenças orais.

Uma indústria farmacêutica sueca desenvolveu pastilhas com Lactobacillus reuteri Prodentis que atuam na micro flora bucal. Os bacilos reduzem a ação das bactérias patogênicas causadoras das cáries e doença da gengiva.

Outros estudos clínicos já haviam comprovado os efeitos seguros das pastilhas na saúde bucal. Uma pesquisa constatou a redução em 85% do sangramento gengival. Nesse mesmo período foi possível ver melhora significativa em infecções, no hálito e no controle de placa. Mas além do uso dos probióticos, métodos preventivos como escovação correta, uso do fio dental, alimentação adequada e visitas regulares ao dentista são partes fundamentais de todo esse processo.

Problemas de saúde que tem relação com a saúde bucal

Ao falar de saúde bucal, automaticamente vem à cabeça cárie, gengivite, mau hálito. Mas a lista de doenças ligadas à boca vai muito além disso, afeta, inclusive, outras partes do corpo. Doenças cardiovasculares; partos prematuros e nascimentos de baixo peso; descontrole da diabete, são algumas das enfermidades que podem ser associadas à saúde bucal já estudadas por pesquisadores.

Diabetes
Diabéticos podem apresentar, entre outros sinais, hálito de “acetona”, inflamações das gengivas e perda óssea ao redor dos dentes, feridas bucais e boca seca. Falando em números, os portadores da doença têm, aproximadamente, quatro vezes mais chances de ter inflamações das gengivas e perdas do suporte ósseo dos dentes.

O agravamento desses quadros também pode se relacionar com complicações da diabetes. É uma via de mão dupla em que uma doença pode afetar o curso da outra, ou seja, a diabetes dificulta o tratamento das doenças periodontais que, por sua vez, agravam a diabetes. Prevenir, especialmente as infecções de boca, é o melhor remédio.

A boa notícia é que é possível restabelecer a saúde bucal depois que as doenças periodontais se instalam. O primeiro passo é se informar sobre a diabetes e, principalmente, como controlá-la. Em seguida, fazer um tratamento bucal sério, além de ter cuidado diário com a boca, conforme a instrução do dentista. Pacientes com bons hábitos de higiene bucal, visitas regulares ao dentista e providos de cuidados no controle do diabete podem ter vida normal e reabilitar-se em termos de qualidade de vida.

Doenças do coração
Um estudo realizado pela Unicamp com 180 pacientes cardíacos constatou que as pessoas com cardiopatia tinham de duas a três vezes mais problemas periodontais do que o grupo que não tinha doença coronariana. Os pesquisadores analisaram fragmentos arteriais desses pacientes e fizeram a detecção do DNA bacteriano. Quase 60% dos pacientes tinham a bactéria bucal nas artérias coronárias.

O que ocorre é que o ferimento na gengiva causado pela periodontite é a porta de entrada para a bactéria cair na corrente sanguínea. Quando isso acontece há o risco de parar no coração, o que provoca inflamação nas artérias. Esse processo pode aumentar, inclusive, os níveis de colesterol de um indivíduo.

Impotência
Um estudo feito pela Universidade Inonu, na Turquia, concluiu que pessoas com gengivas inflamadas são três vezes mais propensas a ter problemas de ereção. Participaram da pesquisa 80 homens com disfunção erétil, entre 30 e 40 anos, e 82 homens sem problemas de impotência. No grupo dos que tinham a disfunção, 53% apresentavam gengivas inflamadas, contra 23% no grupo de controle.

A explicação para isso ocorrer é parecida com a endocardite – as bactérias que ficam na boca podem entrar na corrente sanguínea pela gengiva. Esses micro-organismos criam placas nos vasos sanguíneos, entupindo-os. Assim, a ereção fica mais difícil. Adicionalmente, a periodontite também bloqueia uma enzima chamada eNOS, que ajuda os homens a conseguir uma ereção.

HPV
Segundo uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da USP com 1.475 pacientes, 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço apresentou o vírus HPV do tipo 16 – o mais relacionado ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.
Nas avaliações mais antigas, feitas entre os anos 1998 e 2003, o índice encontrado foi de 55%, um aumento de 17 pontos porcentuais.

Em um trabalho científico realizado na Unifesp, em 50 casos de câncer de boca, indicou a presença de HPV em 74% dos casos. É fundamental que a prevenção do câncer de boca passe pela prevenção do HPV oral.

Parto Prematuro
A doença periodontal pode trazer inúmeros malefícios tanto à gestante, pelo desconforto e dor típicos desta alteração, quanto ao feto em formação. Há fortes evidências de que mães com doença periodontal têm mais chance de ter filhos prematuros (abaixo de 37 semanas de gestação) e com baixo peso (inferior a 2500 g).

Os pesquisadores acreditam que os estímulos inflamatórios podem induzir uma hiperirritabilidade da musculatura lisa uterina, provocando contração do útero e dilatação cervical, atuando como gatilho para o parto prematuro.

Ao avaliar saliva e gengiva de mais de 300 grávidas e comparar com os dados de seus partos, pesquisadores da Universidade de Nova York verificaram que quanto maior a incidência da bactéria actinomyces, principalmente no terceiro trimestre da gestação, maior o risco. Ou seja, para um aumento de 10 vezes na presença da bactéria, notou-se uma redução de até 60 gramas no peso do bebê e antecipação de até dois dias no parto.