Erros que devem ser evitados ao escovar os dentes

Por mais que os cirurgiões-dentistas reforcem sempre a importância de uma boa escovação dental para a saúde geral da população, são poucos os adultos e crianças que fazem uma perfeita higiene dos dentes e da boca. A correta higiene dos dentes e da gengiva é um ponto crítico para toda a saúde bucal. Mesmo quem escova os dentes no mínimo duas vezes por dia não está livre de doenças se essa tarefa não é realizada de maneira adequada. A cárie é a principal delas, mas a situação pode piorar com o tempo caso não haja uma mudança no padrão adotado. É o caso das inflamações e infecções, que podem, inclusive, migrar para outras partes do corpo.Abaixo listamos os principais erros cometidos ao escovar os dentes e o que deve ser feito:

 1. Escovar os dentes imediatamente depois de comer

Logo depois das principais refeições, ou mesmo após comer uma fruta ou um doce, algumas pessoas seguem direto ao toalete para escovar os dentes. Apesar de ser uma atitude louvável – sinalizando que a pessoa se importa com a saúde bucal – vale ressaltar que o ideal é, primeiramente, fazer um bochecho com água para reduzir a acidez e só depois realizar a escovação. Dessa forma, a acidez bucal diminui e a correta higienização é facilitada – protegendo o esmalte dos dentes.

Não use creme dental de adultos em crianças – justamente porque a formulação para adultos tem uma concentração maior de componentes que podem não fazer bem aos pequenos (flúor, em especial). Resumindo: criança pequena tem de usar escova pequena e pasta de dente infantil.

2. Ser rápido demais ao escovar os dentes

Infelizmente, ainda tem muita gente que escova os dentes “por obrigação”. Ou seja, a pessoa compreende a importância desse hábito diário saudável, mas é vencida pela preguiça – e acaba escovando os dentes rapidamente, sem fazer uma boa limpeza. É importante saber que uma boa escovação dental não acontece em menos de dois minutos. As pessoas ficariam surpresas ao saber quanto um minuto a mais de escovação pode fazer pela saúde bucal.

Uma dica legal para ajudar a incentivar as crianças a adotarem esse hábito é praticá-lo junto com elas. Desde pequeno, o bebê pode receber massagens na gengiva com o propósito de limpar a boca e eliminar o excesso de açúcar do leite. Assim que os dois primeiros dentes despontarem, os pais podem começar o exercício da escovação, tornando esse hábito familiar à criança. Há dedeiras especialmente desenvolvidas para a higiene oral dos bebês. Depois, opte por comprar escovas pequenas, de cerdas macias, coloridas. O ideal, no começo, é usar água morna – a fim de não provocar nenhum estranhamento por parte da criança.

3. Não dar a mesma atenção a todos os dentes

É comum pessoas começarem a escovar os dentes com vontade e ir perdendo interesse aos poucos, limpando muito mal algumas partes. Tem gente, inclusive, que só usa fio dental nos dentes da frente. Isso está completamente errado! Dividindo a boca em quatro partes (lados direito e esquerdo, em cima e embaixo), devemos escovar cada parte por pelo menos trinta segundos – sem esquecer de escovar também a língua.

O ideal é escovar os dentes da criança duas vezes ao dia: de manhã, após o café da manhã, e antes de ir para a cama. Tente escovar de forma suave, com movimentos constantes, por dois minutos – dando atenção especial aos dentes molares (de trás), porque é onde normalmente surgem as primeiras cáries. Alerta: não adianta escovar os dentes antes de ir para a cama se a criança, depois de deitada, ainda vai tomar mamadeira. Procure adotar uma rotina que inclua a escovação dos dentes como último cuidado antes de dormir.

4. Colocar muita força na escovação

Está certo que um dos propósitos da escovação é remover manchas e restos de comida. Mas não é necessário limpar os dentes como se estivesse polindo prata. Ao aplicar muita pressão na escovação, quem acaba saindo no prejuízo é o esmalte dental, que tem justamente a função de proteger os dentes das bactérias. Além disso, o esmalte é a parte mais clara do dente. O ideal é fazer movimentos circulares, tendo em vista que escovar não significa esfregar com força. Para os que têm dificuldade em controlar a força, uma solução é adotar escovas elétricas com sensores de pressão.

5. Não enxaguar o suficiente

Depois de uma correta escovação, enxaguar a boca é um passo muito importante e que muitas pessoas, por pressa, não dão a devida atenção. Ao lavar bem a boca, o indivíduo se livra de várias partículas, como restos de comida, que poderiam contribuir para a formação das temíveis placas bacterianas. Por isso, vale a dica: enxágue bem a boca antes e depois da escovação, com bastante água limpa e fria.

6. Descuidar da limpeza e da substituição da escova

A escova de dente é uma ferramenta fundamental para que seja feita uma perfeita higiene oral algumas vezes ao dia. Por ser bastante requisitada, ela também deve ser devidamente limpa logo após cada escovação para não acumular restos de alimento e se transformar numa colônia de bactérias. Além disso, esse instrumento tão importante para a saúde deve ser substituído por um novo ao menos três vezes ao ano. Existem modelos de escovas que indicam quando sua vida útil está chegando ao fim. O custo-benefício vale muito a pena, já que manter a saúde bucal é fundamental para ter boa saúde geral.

Para tornar essa atividade divertida para as crianças, deixe que elas escolham a escova com que mais se identifica. Hoje em dia, quase todo personagem de desenho acaba indo parar nas escovas, xampus e demais produtos de higiene infantil. Troque de escova a cada três ou quatro meses.

7 hábitos comuns que podem ser perigosos para os dentes

1. Palitar os dentes – Após as refeições, é muito comum o uso do palito de dente para remover os restos alimentares. Porém, muita gente usa o palito de forma errada e não sabe; é comum as pessoas enfiarem o palito entre os dentes, fazendo um tipo de alavanca, e isso acaba comprimindo a papila gengival, o que predispõe a retração óssea e da gengiva, além da possibilidade de criar mobilidade nos dentes. O palito deve ser usado delicadamente, ele deve ser passado suavemente sobre os tecidos, a fim de remover resíduos superficiais. Limpar entre os dentes é papel do fio dental e não do palito.

2. Morder tampa de caneta – Aquela mania, aparentemente inofensiva, de morder a tampinha da caneta na aula ou no trabalho, pode levar à erosão dos dentes. As pessoas têm o hábito de morder sempre na mesma região e, com isso, pode ocorrer um desgaste irregular dos dentes. Além disso, a utilização da boca fora do seu contexto normal pode gerar distúrbios articulares, resultando em dores na região do ouvido que, em médio prazo, podem trazer um desequilíbrio para coluna vertebral.

3. Abrir garrafas com os dentes – Este hábito pode levar à fratura dos dentes. O resultado varia de acordo com o nível do estrago causado no dente, mas vai desde uma simples restauração a um implante dentário.

4. Roer as unhas – Neste caso, a situação é a mesma que o morder da tampa da caneta; com o agravante de que, devido ao grande acúmulo de resíduos e bactérias embaixo das unhas, o hábito de roer – além de estragar os dentes e as unhas – pode trazer infecções para o organismo.

5. Tomar café e vinho – Substâncias corantes podem pigmentar a superfície do esmalte dos dentes. O risco aumenta caso eles apresentem alguma irregularidade, pois pequenas partículas podem ficar retidas e se transformar em manchas. Outra situação muito comum ocorre na borda de restaurações de resinas, onde microscopicamente temos um degrau que favorece o surgimento de manchas. É importante salientar que o café é pior, não por sua cor, mas por sua temperatura. O dente sempre reage ao quente e também ao frio, aumentando a camada de dentina que na sua essência é amarelada. Portanto, uma grande quantidade de café e chá, além de bebidas muitos quentes ou muito geladas, deixam os dentes mais amarelados.

6. Usar água oxigenada ou bicarbonato para clarear os dentes – É comum que muitas pessoas tentem clarear os dentes com métodos caseiros, mas eles podem ser perigosos. Para clarear os dentes, a água oxigenada deve estar em uma concentração muito elevada, por isso ela passa a ser erosiva para os tecidos gengivais, o que pode gerar ulcerações ou mesmo retração gengival. O uso do bicarbonato pode tornar a superfície dos dentes ainda mais rugosa, aumentando a retenção da placa bacteriana. Inicialmente o dente irá clarear, mas com o passar do tempo terá muito mais facilidade de ficar manchado e escuro. Por isso, é melhor não arriscar! Consulte o seu dentista.

7. Morder alimentos duros – Neste caso, o risco está na fratura. Não é pelo fato de os dentes serem muito resistentes que devemos abusar da sua força mordendo balas duras, gelo ou ossos de galinha, por exemplo. Em muitas situações, os dentes se quebram por ‘apertamento’ ou bruxismo. Morder coisas duras aumenta as chances de perder os dentes precocemente. Nossos dentes são ferramentas maravilhosas que não servem apenas para mastigar ou morder as coisas. O tempo estimado de mastigação fica em torno de duas horas por dia. No restante do tempo, os dentes são os pilares que mantém o espaço adequado para a língua, a fim de proporcionar uma melhor eficiência respiratória. Fraturas ou perdas dentárias podem gerar disfunções importantes. Além disso, existe uma relação muito íntima entre os dentes e a postura da coluna vertebral. Uma simples restauração inadequada ou um dente quebrado pode, em longo prazo, trazer desequilíbrios para todo o corpo.

Como usar o fio dental?

O fio dental é essencial na higiene bucal, pois tem como função remover os resíduos nas áreas que a escova dental não alcança. O uso da escova de dente, por mais eficiente que seja, não consegue limpar a área entre os dentes.
Neste caso é imprescindível o uso do fio ou da fita dental, que deve ser utilizado no mínimo uma vez ao dia. Quem não tem o hábito de limpar os dentes com fio dental, corre um alto risco de ter cáries entre os dentes devido ao acúmulo de bactérias e restos alimentares.

Como utilizar o fio dental:

1. Enrolar aproximadamente 40 centímetros do fio ao redor de cada dedo médio, deixando uns dez centímetros entre os dedos;
2. Segurar o fio dental entre o polegar e dedo indicador das duas mãos, deslizando-o levemente para cima e para baixo, entre os dentes;
3. Passar cuidadosamente o fio ao redor da base de cada dente, ultrapassando a linha de junção do dente com a gengiva, sem forçar o fio contra ela, para não cortar ou machucar o tecido gengival;
4. Utilizar uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente a ser limpo.
5. Para remover o fio, usar movimentos de trás para frente, retirando-o do meio dos dentes.

O que fazer se sangrar?

Quando o indivíduo utiliza o fio ou fita dental da maneira correta, em uma gengiva saudável, o certo é não sangrar. O sangramento é um sinal de inflamação na gengiva, podendo indicar uma gengivite ou até mesmo uma periodontite. Num primeiro momento redobre a higienização no local e observe por até 3 dias. Se o sangramento não desaparecer procure um dentista para diagnosticar o problema e orientar sobre o tratamento.

Tem diferença entre fio e a fita dental?

Não existe diferença significativa na função ou na eficácia, eles se diferem somente no formato. O fio é um filamento muito fino e a fita é mais larga e achatada. No caso de dentes sobrepostos (apinhamento), a fita pode não conseguir entrar devido ao pequeno espaço, sendo mais indicado o fio. Porem a fita por ser mais larga, tem uma área de atuação maior.
Apesar de existir, essa diferença é mínima, e a maioria dos pacientes consegue utilizar tanto a fita quanto o fio dental. Assim, o fator que deve definir qual tipo de produto deve ser utilizado é a afinidade e facilidade que cada pessoa sente com a fita e com o fio. Por isso, o mais indicado é que as pessoas experimentem utilizar os dois tipos antes de eleger o preferido.

Do que é feito o fio dental?

O mercado, atualmente, oferece uma grande variedade de marcas de fios/fitas dentários, inclusive alguns que contêm flúor. O fio dental pode ser feito filamentos de nylon, encerados ou não, com uma grande variedade de sabores. Como esse tipo de fio é composto de muitas fibras, ele pode, às vezes, rasgar ou desfiar, especialmente se os dentes forem muito juntos. Embora mais caro, o fio de filamento único (PTFE) dificilmente rompe além de deslizar mais facilmente entre os dentes, mesmo com pouco espaço. Usados de maneira adequada os dois tipos de fio removem a placa bacteriana e os resíduos de alimentos com a mesma eficiência.