13 de dezembro de 2016 às 8:00
O mau hálito pode atingir qualquer pessoa, mas tem cura. O problema é que por vergonha, facilidade (as vezes ilusória) de se resolver o problema através de conselhos da internet ou ainda por dificuldade em encontrar um profissional qualificado, muitas pessoas optam por usar remédios caseiros para combater o problema.
Claro que é tentador poder resolver essa questão sem gastar muito dinheiro, tempo e sem divulgar para outras pessoas. Mas um dos principais problemas é que, na maioria dos casos, esses remédios caseiros podem estar escondendo algo mais sério.
É muito comum eles mascararem ou camuflarem o hálito ruim sem combater o problema em sua origem, o que pode ser perigoso, uma vez que a halitose recorrente pode ser um sinal de que algo está em desordem no organismo, podendo incluir problemas de saúde importantes como diabetes, doença renal e hepática.
Isso sem contar que eles apenas podem estar te dando a ideia de uma falsa cura. Muitas vezes o cheiro desagradável volta a incomodar quando acaba a ação dessas substâncias. Comparo essas receitas a “enxugar gelo”, pois a pessoa precisa reutilizá-las frequentemente, criando dependência. Como o problema não é resolvido, a pessoa tende a ficar insegura, com mudanças de comportamento e prejuízos nos relacionamentos.
Novos problemas
E não vá pensando você que não custa tentar, afinal, substâncias naturais não vão te fazer mal algum. Tudo que é usado em excesso e frequentemente pode trazer efeitos indesejáveis.
É o caso do limão, que favorece um bom hálito por estimular a salivação, mas que, em excesso, pode causar erosão ácida e sensibilidade nos dentes, além de desconfortos estomacais.
Ainda podemos citar o cravo da índia, que muitas pessoas costumam mascar para eliminar a halitose, pois ele é rico em um óleo antisséptico chamado eugenol (usado inclusive em materiais odontológicos). Mas o seu uso continuado é irritante para a mucosa bucal, favorecendo a descamação de suas células que se desprendem e se depositam sobre a língua na forma de saburra, um dos principais inimigos do bom hálito.
Receitas mais populares
Além de pingar gotas de limão na língua e mascar cravo da índia, existe uma vasta lista de receitas caseiras muito populares que também prometem acabar com a halitose. Porém, tome nota: nenhuma delas é melhor que procurar um especialista no assunto.
Consumir condimentos como canela e gengibre ou ervas frescas como hortelã e salsinha é uma prática comum contra a halitose, pois estimula a salivação. Além disso, estudos mostram que algumas substâncias ricas em clorofila podem servir como desodorantes contra a halitose transitória causada por alimentos. Com moderação, podem ser boas opções nesse caso específico.
Beber chás como verde, macela, erva doce, cidreira e camomila também é uma tática muito usada por pessoas que querer tratar a halitose sozinha. Assim como fazer bochecho ou borrifar água oxigenada na boca. No caso dos chás, não há evidências suficientes que embasem o uso deles para combater a halitose. A água oxigenada realmente é um forte antisséptico, mas seu uso continuado pode alterar o paladar, irritar as papilas gustativas de língua (que podem reagir ficando crescidas, facilitando o acúmulo de saburra língua) e até mesmo favorecer o câncer. Contudo, hoje há no mercado produtos com o peróxido de hidrogênio estabilizado, que tornam o uso da substância seguro.
Ainda constam nessa lista de remédios caseiros, bochechar ou aplicar direto na língua uma solução a base de bicarbonato de sódio, fazer bochechos com água e sal e usar própolis.
O bicarbonato até ajuda a remover resíduos, mas em excesso pode irritar a mucosa bucal. Além disso, pode piorar a halitose, pois deixa temporariamente alcalino o pH bucal, o que favorece a volatilização de gases ricos em enxofre produzidos pelas bactérias da boca, que são eliminados com o odor característico de ovo podre.
O sal em grandes quantidades também pode irritar a mucosa e o própolis, apesar de ser um excelente antisséptico natural, geralmente é encontrado na forma de tintura, apresentação que contem álcool na composição. O álcool também causa irritação na boca, estimulando a descamação de suas células, o que contribui para o acúmulo da saburra.
fonte: Agência Beta