As fitas adesivas clareadoras liberam peróxido de hidrogênio em toda boca.

Os dentes são, mais ou menos, amarelados. Dentes brancos e brilhantes são artificiais, embora sejam cultuados como bonitos. Esta cor é herdada dos pais, mas não conhecemos o gene!

A cor dos dentes é da dentina, um tecido mineralizado que compõe a maior parte da coroa, a parte exposta e da raiz. Na coroa, a dentina é recoberta caprichosamente pelo esmalte, um tecido com 96% de estrutura mineralizada altamente cristalizada. O esmalte não chega a ser transparente, mas é quase; ele é translúcido e deixa passar a luz e cores do que estão do outro lado.

A dentina é mais ou menos amarelada e o esmalte deixa transparecer a sua cor. Se deixarmos o esmalte menos transluzente ou opaco ele vai deixar de “ter” a cor da dentina e vai ganhando uma cor mais clara a ponto de ficar branco como giz. Deixar o dente mais branco significa opacificar o esmalte e para isto somente temos uma técnica: desmineralizá-lo a partir da aplicação de soluções ácidas. O melhor resultado para obter dentes brancos se consegue com uma substância química ácida que atue uniformemente sobre o esmalte e tenha a capacidade e características moleculares de permear/acessar por todas e quaisquer irregularidades da estrutura dentária: o peróxido de hidrogênio!

Para melhorar esta ação clareadora do peróxido de hidrogênio, ele ainda tem a capacidade de quebrar pigmentos. Pigmento é o nome que se usa para qualquer composto químico que dê cor a algum material.

Fica muito fácil comprovar: em casa temos produtos de limpeza que tiram manchas de roupa sem estragar suas cores. Produtos como o Vanish tem como base química, o peróxido de hidrogênio. Curiosamente não sabemos qual é o gene e nem qual é o pigmento que dá a cor aos dentes, mas sabemos que o peróxido de hidrogênio atua sobre ele. Incrível!

O peróxido de hidrogênio pode receber vários nomes de acordo com a formulação química e conveniência: água oxigenada, peróxido de carbamida, peróxido de ureia e perborato de sódio, mas tem outros menos usados. Pode ser líquido, comprimido e gel em várias concentrações diferentes de acordo com o uso. Pode ser incorporado em antissépticos, dentifrícios, cremes, chupetas e em alimentos.

O poder do rosa!

Em e-mails, pessoalmente ou até em palestras se pergunta: podemos usar Vanish no clareamento de dentes já que este produto tem por base o peróxido de hidrogênio? Calma; muita calma nesta hora! Os “produtos de limpeza” devem seguir regras para a sua fabricação, mas “os cosméticos”, como os clareadores dentários, seguem regras diferentes, pois serão usados no corpo. Se os clareadores dentários fossem considerados “medicamentos” pela Anvisa, o rigor de sua fabricação e uso seria muito maior e detalhado. Em minha boca eu não usaria o Vanish por esta razão, mas o princípio físico-químico é o mesmo!

Quando se usa o clareador dentário, o peróxido de hidrogênio limpa e clareia as sujeirinhas mais discretas e profundas do esmalte, opacifica e deixa-o mais claro ou branco, fica lindo! Falem a verdade: não é tudo de bom?

Sinto muito, nada é 100% bom! Em contato com as mucosas, que ao contrário da pele não têm queratina protetora na superfície, o peróxido de hidrogênio ajuda ou potencializa outros produtos químicos, vírus e agentes físicos a induzir o câncer. E não é só na boca, em todas as mucosas como garganta, esôfago, estômago e intestino.
Ao usar o peróxido de hidrogênio como clareador dentário tem-se que proteger a gengiva e outras partes da boca. Engolir, jamais! Os danos no esmalte, a saliva e as soluções aplicadas consertam, mas os danos no DNA das células podem ser permanentes e só aumentam ao longo da vida e contribuem para o aparecimento do câncer!

Como fazer para clarear os dentes?

Clarear dentes requer técnica e treinamento de profissionais com proteções e cuidados específicos. Igual cuidar dos carros, computadores e telefones! Procure um profissional consciente e treinado e ele deixará seus dentes lindos, claros ou brancos e, ao mesmo tempo, protegerá sua mucosa e não deixará você engolir este agente químico comprovadamente carcinogênico.
Clareador dentário deveria ser classificado como medicamento, prescrito e aplicado apenas por profissionais em seus consultórios. Clarear dentes em casa com moldeiras pré-fabricadas, enxagues, dentifrícios, chupetas, pinceladas e agora com fitas adesivas “encharcadas” de peróxido de hidrogênio, me lembra o querido Luciano Huck: …é loucura…loucura e loucura!

Por: Alberto Consolaro é professor titular da USP – Bauru.
Fonte: JCDigital

Aparelho detecta mau hálito

O mau hálito não é apenas um indício que alguém anda se esquecendo de escovar os dentes, também pode indicar problemas de fígado, rins, coração e até câncer. Um hálito considerado normal tem mais de 200 substâncias. Mas existem muitas combinações que estão relacionadas com doenças no organismo e podem ser detectadas pelo ar expirado.

O aparelho, criado no Japão, pode realizar cromatografias gasosas que medem a quantidade de três principais gases responsáveis pelo mau hálito: O sulfidreto, o metil mercapitana e dimetil sulfeto.

No exame também são coletadas informações e hábitos dos pacientes para determinar as possíveis causas sistêmicas relacionadas à origem do mau hálito.

Estudos

Cientistas israelenses e chineses se uniram para pesquisar um novo teste que identifica perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com câncer estomacal. No estudo realizado com 130 pacientes, publicado pela revista especializada “British Journal of Cancer”, o exame mostrou 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de outros problemas estomacais, como úlceras. O exame aponta, ainda, se a doença está em um estágio inicial ou avançado.

Outro estudo foi realizado pelo Instituto do Coração (InCor) em parceria com o Instituto de Química da USP para detectar insuficiência cardíaca pelo hálito. Um aparelho mede o nível de acetona – substância de cheiro forte produzida durante os processos de metabolismo do corpo – presente no ar expelido pela boca do paciente. Este odor na boca é peculiar de quem sofre de insuficiência cardíaca, doença que debilita o coração, que passa a bombear o sangue com menos força.