Tratamento contra boca seca evita perda dos dentes

Sorriso

Todos nós precisamos de determinada quantidade de saliva. Tanto para digerir os alimentos, como para limpar a boca e controlar a população de bactérias, evitando infecções. Fisiologicamente, a salivação começa a diminuir a partir dos 30 anos. Aos 60 anos, temos metade da saliva de um jovem. A boca fica seca e desconfortável, dificultando principalmente a deglutição e diminuindo a resistência bucal. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, essa condição pode comprometer a gengiva e resultar, inclusive na perda dos dentes.

A boca seca (de nome científico xerostomia) pode ser fisiológica ou indicar algumas doenças sistêmicas, acelerando o aparecimento de cáries, infecções bucais e gengivite — além de comprometer não só os dentes de idosos, como também sua saúde em geral, já que, com o tempo, eles passam a restringir as refeições, ingerindo apenas alimentos macios ou líquidos. Até mesmo o paladar é afetado em médio prazo, fazendo com que a pessoa perca a sensibilidade para determinados gostos. Por isso, esse ciclo precisa ser interrompido o quanto antes.

São nove os sintomas mais comuns de quem sofre da síndrome da boca seca: sensação pegajosa na língua, mau hálito, língua áspera, sensação ruim na garganta, sede frequente, fissuras nos lábios, ardência lingual, dificuldade ao falar, rouquidão, secura nas vias nasais e dor de garganta. Além das causas fisiológicas e sistêmicas, outras incluem efeitos colaterais de determinados medicamentos para tratar depressão, dor, hipertensão e inflamações, entre outros. Também pode se tratar do efeito colateral de determinadas doenças, como diabetes, anemia, Síndrome de Sjogren (doença autoimune que destrói as glândulas que produzem lágrimas e saliva) e Parkinson. Outra causa muito comum é o fumo, já que o fumante passa muito tempo respirando pela boca.

No caso de pacientes crônicos, é fundamental que o médico faça ajustes nas doses das medicações de uso contínuo. Igualmente importante é manter uma excelente higiene oral, escovando os dentes e fazendo enxágues diversas vezes ao dia, além de ingerir bastante líquido e adotar uma alimentação rica em alimentos com alto teor de água. Uma boa dica para esse paciente é cortar o alimento em pedaços pequenos, acrescentando, por exemplo, uma boa fatia de melancia, abacaxi, ou melão ao prato principal. Essa rotina controla os efeitos da boca seca durante as refeições e evita que a pessoa passe a comer menos e a ficar com a musculatura oral enfraquecida. Também a visita regular a um cirurgião-dentista é necessária para a manutenção da saúde bucal, já que é importante avaliar se a pessoa tem xerostomia ou hipossalivação. A boca seca pode ser controlada por medicamentos ou até por saliva artificial.

Fonte: Revista VEJA

O que são aftas?

Ferida das mais incômodas da boca, a afta é extremamente comum. Ela ataca preferencialmente a mucosa interna do lábio, das bochechas e da língua. É preciso um pouco de paciência e realização de tratamentos paliativos sobre ela, para aliviar os sintomas e esperar ela passar.

O nome científico da Afta é Ulceração ou Estomatite Aftosa Recorrente. À grosso modo, podemos dizer que a mucosa da boca é formada por duas camadas superficiais: a epitelial que serve de proteção e a camada de tecido conjuntivo onde encontramos bastante irrigação sanguínea e terminações nervosas. Quando há uma erosão dessa camada epitelial protetora e exposição do tecido conjuntivo logo abaixo, chamamos de úlcera ou ulceração.

O problema é que a Afta pode ter várias causas, algumas ainda desconhecidas pela ciência. Quando isso acontece, dizemos que a condição é idiopática, isto é, sem etiologia definida. Mesmo assim, sabemos que ela tem relação forte com o sistema imunológico ou com doenças sistêmicas e algumas manifestações virais.

As Aftas podem aparecer por vários motivos:

Traumas de mastigação, de escovação ou queimaduras – Quem nunca mordeu a bochecha sem querer? Ou a língua? A mordida fere a mucosa, expondo o tecido conjuntivo citado acima. Essas feridas são aftas por trauma. Podem aparecer também quando comemos alimentos muito quentes ou ainda por queimaduras químicas.

Estresse emocional – A afta tem grande relação com o nosso emocional. Quadros depressivos, momentos difíceis de nossa vida podem gerar feridas como estas.

Doença de Crohn, Colite Ulcerativa, Diabetes, Pacientes em tratamento para o câncer ou portadores de HIV – São doenças sistêmicas que acabam produzindo aftas na boca. A boca seca da Doença de Crohn, por exemplo, facilita a erosão epitelial e exposição do tecido conjuntivo. Quem não controla o diabetes também apresenta esse sintoma de boca seca que chamamos de xerostomia. Os portadores de HIV têm sua imunidade comprometida e podem ter aftas recorrentes na boca, também.

Alterações hormonais – A mulher passa por inúmeras alterações todos os meses com a menstruação. Depois da menopausa, também pode ser comum o aparecimento maior das aftas.

Deficiências alimentares e falta de vitaminas – Mais um motivo para você ter uma alimentação equilibrada. A falta de ferro, ácido fólico e da vitamina B12 pode ser uma causa das feridinhas indesejáveis na boca.

Alimentos muito ácidos – Isso varia de paciente para paciente. Tem gente que não pode comer um abacaxi que logo depois apresenta várias aftas. Se esse for o seu caso, o jeito é evitar frutas muito ácidas.

Alterações gástricas – A boca faz parte do nosso sistema digestivo. Alterações mais lá embaixo podem ter manifestações aqui em cima, na boca.

Infecção viral prévia – Alguns autores de estudos relacionam algumas infecções virais com o aparecimento das aftas.

Baixa imunidade – Momentos de resfriado, gripe ou doenças que deixam o nosso sistema imune para baixo podem fazer com que as ulcerações apareçam.

Logo depois de aplicação de anestesia – Em alguns casos temos o aparecimento de aftas ao lado da picada da anestesia. Uma reação do organismo àquele pequeno ferimento.

E o tratamento?

Aí depende. Na grande maioria dos casos citados acima, a afta se resolve sozinha. Esperar de 4 a 15 dias faz parte. Existem dentistas que optam pela cauterização da úlcera em casos mais graves e incômodos. Outros optam pelo simples controle com pomadas tópicas. Porém, o mais importante de tudo é o correto diagnóstico da lesão por um dentista. Por isso, se as aftas estiverem crônicas, causando muito incômodo, vale à pena investigar junto com um dentista quais poderiam ser as causas dessas manifestações.

Na gravidez é importante cuidar da boca!

Se você está grávida, deve saber que tem uma lista razoável de coisas a fazer nos próximos meses para garantir sua saúde e a do bebê. Visitar o obstetra regularmente, fazer ultrassons, cortar a bebida alcoólica, praticar uma atividade física, prestar atenção ao cardápio… Mas há um detalhe que nem sempre é conversado nas primeiras consultas médicas: você também precisa cuidar com carinho da sua boca.

Por conta dos hormônios da gestação, especialmente a progesterona, as mulheres têm mais tendência a apresentar problemas como a gengivite, que pode causar incômodos e levar à perda de dentes se não for tratada corretamente. Além disso, estudos científicos apontam que há uma relação entre doenças periodontais e ocorrência de partos prematuros ou bebês de baixo peso no nascimento.

Para orientar médicos e gestantes, a Academia Americana de Periodontia, em parceria com a Federação Europeia de Periodontia, publicou recentemente um guia de recomendações sobre a saúde bucal nesse período.

“Escovar os dentes e passar fio dental com frequência, além de visitar o dentista durante a gravidez, pode diminuir a chance de complicações. É importante para as mulheres monitorar sua saúde bucal e conversar com o especialista sobre os cuidados adequados. Cuidando da boca você não está apenas contribuindo para sua saúde como um todo, mas garantindo uma gravidez segura e saúde para seu bebê”, afirmou em nota Nancy Newhouse, presidente da Academia Americana de Periodontia.

De acordo com Marcia Vasconcelos, membro do conselho científico da Associação Brasileira de Odontologia, os cuidados durante a gravidez são os mesmos que os dentistas recomendam para qualquer pessoa: escovação, fio dental, controle da dieta e uso do flúor. O problema é que naquela semana mais corrida, que a gente fica sem escovar os dentes depois do almoço ou exagera no doce, as grávidas, por estarem mais sensíveis, podem apresentar sinais como gengiva inflamada, vermelhidão e sangramento durante a escovação.

Uma dica é ter sempre uma goma de mascar sem açúcar na bolsa, para evitar a formação de placa e amenizar os efeitos da falta de escovação em dias complicados. Massagear a gengiva com o dedo depois da escovação favorece a circulação nessa área e também ajuda na prevenção da gengivite. Para quem sente enjoo pela manhã, vale trocar a marca do creme dental e deixar para fazer a higiene bucal após o café.

Caso você sinta dor ou note que a vermelhidão ou sangramento persistem, procure seu dentista. O ideal é que ele esteja em contato com o obstetra que acompanha sua gravidez para realizar o tratamento mais adequado. Se o tratamento que você quer fazer não é urgente, o ideal é esperar pelo segundo trimestre da gestação ou mesmo o nascimento do seu bebê. Caso uma intervenção cirúrgica seja necessária, é possível usar uma anestesia local específica. Tratamentos estéticos, como clareamento, não são proibidos, mas como não há estudos que atestem sua segurança, o melhor é adiar.

Fontes: Revista CRESCER e A Bíblia da Gravidez, de Wladimir Taborda e Alice Deutsch