A primeira escova de dentes

 

Há milhares de anos as pessoas escovam os dentes, na verdade a primeira “escova de dentes” tem registros históricos por volta do ano 3000 AC no Egito e na Babilônia. Estes primeiros protótipos da escova de dentes, utilizados por aquelas civilizações eram na verdade um graveto de pontas desfiadas, simulando cerdas para esfregarem e limpar os dentes.

A primeira escova com cerdas, semelhante as escovas utilizadas hoje em dia, foi inventada em 1498 na China, os cabos eram feitos de osso ou bambu e as cerdas com pelos tirados da região do pescoço de porcos, que são espessos e duros, em 1780 um inglês aperfeiçoou o invento utilizando pelos de vaca e começou a produzir escovas em série.

Demorou até 1938 para a criação da primeira escova com cerdas de nylon, mais confortáveis e também ai foi que as pessoas pegaram de vez o hábito de praticar uma boa higiene oral, também pudera né, até aqui ainda eram comuns as escovas com cerdas de pelo de animais.

Robô fabricado no Japão detecta mau hálito

O robô foi desenvolvido para advertir usuários se eles estão sofrendo de mau hálito ou não.

Ele se assemelha à cabeça de uma mulher e se chama Kaori, que em japonês significa “cheiro” ou “fragrância”. O robô foi criado pela companhia japonesa CrazyLabo e pelo Colégio Nacional de Tecnologia de Kitakyushu. Ele utiliza sensores de gás capazes de identificar odores específicos. A informação é processada por computadores que, por sua vez, controlam a resposta do robô. Os detalhes a respeito da máquina foram revelados pelo diário japonês Asahi Shimbun.

Detalhes

O robô detector de mau hálito atua da seguinte forma: o usuário dá uma baforada diante do rosto de Kaori. Se seu hálito estiver agradável, ela dirá “um bom cheiro, sem problemas”. Se não estiver tão bom, dirá coisas como “seu hálito está meio fedido” ou ainda “isso está ruim, intolerável”. E quando o seu hálito está realmente malcheiroso, Kaori diz “está declarado um estado de emergência; isso ultrapassa o limite da minha tolerância”.

A máquina se vale de sensores disponíveis no mercado, o que deixa claro como a tecnologia já evoluiu. Mas além de utilizações bem-humoradas como a feita pelos especialistas japoneses, já estão sendo desenvolvidos produtos tecnológicos com finalidades médicas que se valem de odores.

Uma companhia holandesa, a Enose, está desenvolvendo um kit de diagnóstico chamado Aenose, que busca, no odor, sinais de tuberculose, asma e câncer de garganta. A empresa americana Alpha Szsenszor está desenvolvendo um equipamento feito para estudar o hálito humano a fim detectar câncer de pulmão e outras doenças.

E a britânica Universidade de Bristol está desenvolvendo um projeto chamado Odour Reader (Leitor de Odores), que analisa vapores coletado de amostras de fezes dos pacientes para ajudar a diagnosticar causas de diarreia. O sistema olfativo humano contém cerca de 100 milhões de receptores que fazem uso de cerca de 350 milhões de diferentes tipos de proteínas. Já os “narizes eletrônicos” costumam usar 32 ou menos sensores químicos.

Fonte: CRO-RJ

Dois dentistas e a incrível história da Anestesia

Para operar alguém é preciso evitar a dor, certo? Há pouco tempo, porém, isso era um ato heroico e só mudou graças a uma dupla de americanos e suas experiências pioneiras.

E aí? Vamos ao dentista dar uma geral naquele dente que dói há tempos? Não? Por quê? Medo do motorzinho? Acha que vai doer? Vai não. Já temos anestesia. Abra a boca, relaxe e imagine como seria pouco menos de 200 anos atrás. Imaginou? Pois bem, nós lhe contamos: doía muito. E isso para uma simples extração de dente. O cirurgião ainda tinha de lutar com a agitação dos pacientes, muitos dos quais eram amarrados. Os mais sortudos desmaiavam.
Os pacientes só deixaram de ser amarrados e desmaiar graças a dois dentistas norte-americanos: Horace Wells e William Thomas Green Morton. O primeiro ficou conhecido por utilizar o óxido nitroso – também chamado de gás hilariante – como anestésico. O segundo entrou para a história da medicina por protagonizar a primeira demonstração pública do éter numa cirurgia.
Wells trabalhava em Hartford, Connecticut. Em 11 de dezembro de 1844, aos 29 anos, sentou-se na cadeira de dentista de seu próprio consultório e ordenou a um colega que extraísse um dente siso que o incomodava. O procedimento não doeu nada. “Começou uma nova era na extração dentária!”, exclamou Wells já com um dente a menos na boca. A nova era fora anunciada por conta do gás hilariante que ele inalara. Além de deixá-lo imune à dor, causou-lhe tremenda euforia e bem-estar.
O gás foi descoberto em 1776 pelo cientista e ministro presbiteriano inglês Joseph Priestley, o mesmo que já havia identificado e produzido o oxigênio em laboratório. Cerca de 20 anos depois, Humphry Davy, conterrâneo de Priestley e aprendiz de farmácia, testou em si próprio os efeitos da inalação do óxido nitroso. Teve uma sensação muito agradável. Sua dor de cabeça passou e sentiu um desejo incontido de rir – daí o nome gás hilariante. “Já que o gás hilariante parece possuir a propriedade de acalmar as dores físicas, seria recomendável empregá-lo contra as dores cirúrgicas”, escreveu Davy.
A idéia de Horace Wells de usá-lo em extrações dentárias surgiu na noite anterior ao bem- sucedido 11 de dezembro de 1844. Wells atendia a uma animada palestra sobre os efeitos hilariantes do óxido nitroso quando, a certa altura, um dos alegres convidados – que havia inalado o gás – começou a correr feito doido entre os bancos do auditório. Suas canelas e joelhos ficaram ensanguentados, mas nenhuma dor lhe acometeu. Foi aí, então, que o astuto dentista percebeu a importância do que estava diante de seus olhos e decidiu ser sua própria cobaia na manhã seguinte.
Durante um mês, Wells fez fama e dinheiro na cidade com suas práticas indolores. Dezenas de clientes bateram à sua porta. Depois, rumou para Boston para realizar uma demonstração a um importante grupo de cirurgiões de Harvard. A apresentação fora acertada graças ao seu conhecido William Thomas Green Morton. Mas transformou-se num fracasso grandiloquente. O dentista deveria extrair o dente de um aluno da universidade. A quantidade aplicada de óxido nitroso, porém, não foi suficiente. O voluntário gritou de dor (deve ter soltado vários impropérios também) e Wells foi posto para fora como charlatão e impostor. De volta a Hartford, quase matou um paciente. Caiu em descrédito, foi humilhado e terminou por abandonar a odontologia.
Já William Morton, seu colega, persistiria na idéia – só que, aconselhado por seu ex-professor de química Charles Thomas Jackson, substituiu o óxido nitroso pelo éter. O elemento era mais poderoso que o anterior e oferecia menos risco de causar asfixia. Morton utilizou-o com sucesso em animais, nos seus aprendizes e, não satisfeito, testou em si mesmo. Chegou também a realizar uma extração de dente.
Em 16 de outubro de 1846, ele protagonizou uma demonstração pública durante uma importante cirurgia de pescoço no mesmo hospital onde Horace Wells fora execrado. Em seu livro A Assustadora História da Medicina, Richard Gordon conta que Morton entrou apressado na sala, “com seu novo inalador, um globo de vidro contendo uma esponja embebida em éter, com válvulas de couro para garantir o fluxo unidirecional para os pulmões do paciente”. Quando o paciente ficou inconsciente, Morton se dirigiu a John Warren, o cirurgião, e disse: “Doutor, o paciente está pronto”. A intervenção transcorreu sem nenhuma reação de dor por parte do enfermo. Ao término do feito histórico, Warren voltou-se para o auditório e afirmou: “Senhores, aqui não há truques”. E mais: “Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência.”
Depois desse dia, o dentista assegurou para si a paternidade da anestesia – o termo foi sugerido pelo médico e poeta americano Oliver Holmes, mas já havia sido empregado por volta do ano 50 pelo grego Dioscórides. Sua invenção correu o mundo. Chegou à Europa no fim de 1846 e, no ano seguinte, aportou no Brasil, onde foi utilizada numa cirurgia feita pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo no Hospital Militar do Rio de Janeiro.
A epopeia, entretanto, não termina aqui. Morton queria royalties sobre o invento. Patenteou o éter – chamado por ele de letheon -, confeccionou panfletos e “contratou vendedores para vender o anestésico de costa a costa”, como conta Richard Gordon. Seu plano de enriquecimento fácil, porém, fracassou. Charles Jackson, seu ex-professor, reivindicou uma parte nos lucros e os médicos de Boston ficaram fulos com a patente de uma substância capaz de aliviar o sofrimento humano. Para completar, relata Gordon, em 1852 o médico americano Crawford Williamson Long “anunciou calmamente que desde março de 1842 realizava cirurgias superficiais usando o éter como anestésico, quase cinco anos antes de Morton”. “Depois de oito operações, ele abandonou o método com medo de ser linchado caso algum paciente morresse”, conta Darcy Lima, professor de farmacologia e história da medicina na UFRJ.
Embora Crawford Long tenha sido o primeiro a praticar a anestesia geral pelo éter, nunca entrou na disputa direta pela autoria do procedimento e o mérito ficou com William Morton. Os dois, de qualquer maneira, revolucionaram a medicina e deram uma nova dimensão às cirurgias. Antes deles – e de Horace Wells também -, os tratamentos eram feitos à base de plantas e seus derivados, como as cascas de mandrágora, as sementes de meimendro, o ópio e a maconha (Cannabis), além de muita embriaguez pelo vinho. Eram métodos bastante precários e um tanto quanto ineficazes.

Fonte: Revista Superinteressante