Cientistas estão mais perto de criar vacina contra todos os tipos de vírus da gripe

Cientistas dizem estar mais perto de desenvolver uma vacina universal contra a gripe, segundo estudo publicado na “Nature Medicine”. A grande dificuldade de se ter uma fórmula única é que as vacinas em geral atacam a superfície das células, que se modifica constantemente. O novo experimento atacou o núcleo do vírus, que é o mesmo para vários tipos de gripe. Segundo a BBC, estima-se que, a partir desta técnica, em cinco anos uma vacina universal poderá estar disponível.

O pesquisadores da universidade usaram como referência a pandemia de 2009 da gripe suína para estudar por que algumas pessoas parecem resistir ao vírus. Eles pediram amostras de sangue de voluntários e acompanharam os sintomas deles pelas duas temporadas seguintes de gripe.

Eles descobriram que aqueles que não contraíam a doença tinham mais células T CD8, um tipo de célula imunológica que mata o vírus. A vacina, portanto, estimularia o corpo a produzir mais destas células para aumentar as defesas do corpo.

– Novos tipos de gripe estão emergindo constantemente e alguns são mortais. O Santo Graal é criar uma vacina universal que seria eficaz contra todos os tipos de gripe – afirmou Lalvani.

As vacinas atuais da gripe levam o sistema imune a produzir anticorpos que reconhecem estruturas na superfície do vírus. Mas elas geralmente estão um passo atrás, já que as superfícies das estruturas do vírus evoluem constantemente. Modelos experimentais já sugeriam que as células T poderiam proteger contra os sintomas da gripe, mas esta ideia não tinha sido testada em humanos durante uma pandemia. Para o estudo, foram recrutados 342 estudantes e funcionários da universidade em 2009.

Eles descobriram que aqueles que ficaram mais gravemente doentes tinham poucas células T CD8, e aqueles que contraíram a gripe, mas não tinham sintomas ou apenas sintomas moderados, tinham mais destas células.

– Nós já sabemos como estimular o sistema imune a produzir as células T CD8 pela vacina. Isso poderia reduzir a gripe e proteger as pessoas contra pandemias futuras – afirmou o pesquisador.

Fonte: O Globo

Descoberta permite fabricação mais rápida e eficiente de células de pluripotência induzida a partir de tecidos adultos.

Pesquisadores do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, descobriram uma maneira mais rápida e eficiente de produzir as chamadas células-tronco de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês), capazes de se transformarem em qualquer tecido do corpo e chave para cumprir a promessa da medicina regenerativa de fabricar órgãos e outros tecidos para transplantes sob encomenda e medida. A técnica para produção em massa destas células não só poderá acelerar os estudos na área como, no futuro, fornecer o material necessário para alimentar estas fábricas de órgãos.

Quando em 2006 o cientista japonês Shinya Yamanaka encontrou um método para fazer com que células adultas do corpo regredissem ao estágio de células-tronco semelhante ao de embriões, as iPS, sua descoberta foi saudada como revolucionária. Além de livrar os pesquisadores do dilema ético de ter que lidar com fetos humanos nas suas experiências, o achado abriu caminho para tornar realidade o sonho da medicina regenerativa personalizada, já que estas células-tronco contêm o mesmo DNA do doador, acabando com os riscos de rejeição dos órgãos ou tecidos que venham a ser fabricados a partir delas.

A descoberta rendeu a Yamanaka o Prêmio Nobel de Medicina do ano passado, mas seu método de reprogramação celular ainda é ineficiente e demorado: em geral, menos de 1% das células adultas tratadas se tornam iPS de fato, e mesmo assim só depois de algumas semanas ou até meses. As restantes permanecem presas em um “limbo”, um estágio intermediário em que não têm mais as características dos tecidos diferenciados de onde foram retiradas, como a pele ou o sangue, mas também não têm o potencial de se transformarem em qualquer um deles como as células-tronco.

A razão por trás desta ineficiência tornou-se então um mistério para os cientistas, mas agora o grupo de pesquisadores do Instituto Weizmann parece ter encontrado a resposta. Eles revelaram que uma proteína, chamada Mbd3, seria a responsável por interromper a fase final da reprogramação celular. A função exata da Mbd3 é desconhecida, mas os cientistas sabem que ela está presente em todas as células do nosso corpo em cada estágio de seu desenvolvimento, com uma exceção: os primeiros três dias após a concepção, antes de as células do embrião começarem a se diferenciar. Assim, ao remover a proteína das células sendo tratadas para se transformarem em iPS, eles conseguiram que praticamente 100% delas completassem o processo, e em apenas sete dias.

— Os cientistas que pesquisam a reprogramação celular podem se beneficiar de um entendimento mais profundo de como as células-tronco embrionárias são produzidas na natureza. Afinal, a natureza ainda as produz da melhor forma e da maneira mais eficiente — diz Yaqub Hanna, pesquisador do Instituto Weizmann e principal autor de artigo sobre a descoberta, publicado esta semana na revista “Nature”.

Forçar células de tecidos adultos a regredirem ao estágio similar ao das embrionárias não é uma tarefa fácil. Para isso, os cientistas têm que introduzir nelas quatro dos chamados fatores de transcrição, que regulam a forma como os genes funcionam. Por motivos desconhecidos, porém, estes fatores também estimulam a ação da Mbd3, e foi esse processo que os pesquisadores israelenses conseguiram interromper.

Fonte: O Globo

Teste dirá quão velhas estão nossas células.

Até o fim do ano, estará disponível nos Estados Unidos mais um exame que mede o comprimento dos telômeros, as pontas dos cromossomos. Essas estruturas que nos protegem contra danos externos e garantem a replicação do DNA vão se desgastando com o tempo: a cada divisão da célula, elas encurtam. A ciência tem vinculado esse encurtamento a problemas relacionados à idade, como diabetes, câncer e cirrose hepática.

“Alterações drásticas no comprimento podem ser um sinal de alerta precoce para que o paciente procure medidas preventivas apropriadas”, afirma o pesquisador Brandon Too, da Telome Health, que vai oferecer o teste. “Ao monitorar o tamanho do telômero periodicamente, é possível administrar a saúde de forma mais efetiva”, defende. Entre os fundadores da empresa está a bióloga Elizabeth Blackburn, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2009 junto a Jack Szostak e Carol Greider por pesquisas nessa área. Uma de suas descobertas foi a telomerase, uma enzima que recupera os telômeros ao longo da vida, mas que, quando é ativada em excesso, pode desencadear tumores e processos inflamatórios.

Além da análise a partir de amostras de sangue, realizada por outras companhias desde 2010, a empresa será a primeira a fazer o exame com saliva. O TeloTest será solicitado pelo médico e enviado por correio para a casa do paciente. A pessoa coleta a saliva, manda o material de volta e recebe um relatório com o resultado.

A utilidade desse tipo de exame é controversa. “Pode ser interessante para alguém que já tem câncer ou doenças ligadas ao envelhecimento, sempre associado a um diagnóstico clínico”, opina a biomédica Maria Isabel Nogueira Cano, professora de genética molecular da Unesp de Botucatu. “Mas é tudo muito precoce. Falar para uma pessoa saudável se submeter ao teste é muita piração”, alerta.

Fonte: Revista GALILEU