Pesquisadores foram capazes de neutralizar o cromossomo extra responsável por causar a Síndrome de Down em células humanas isoladas. O resultado do experimento, apesar de estar longe de ser aplicado em humanos, representa um avanço na construção de um possível tratamento.
O estudo, publicado na revista Nature, foi feito por cientistas da Universidade de Massachusetts, nos EUA. De acordo com o relatório, neutralizando o defeito genético em questão, padrões anormais do crescimento celular, característicos do Down, foram normalizados.
Estima-se que um em cada mil bebês nasça com Down – além da dificuldade de aprendizado, quem tem o distúrbio possui mais chance de desenvolver problemas cardíacos e na bexiga, complicações no fluxo sanguíneo, leucemia e problemas de tireóide.
Os pesquisadores deixam claro que um tratamento completo da síndrome ainda está muito distante, mas que sua descoberta traz esperanças para a diminuição desses ‘efeitos colaterais’ da anomalia genética.
Houve um tempo em que impressoras eram máquinas que só mexiam com tinta e papel. Com o surgimento das impressoras 3D, elas estão se tornando uma importante ferramenta em diversas áreas – entre elas, a medicina. Prova disso é a última criação de pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos: a orelha biônica. O órgão artificial combina células e nanopartículas de hidrogel impressas em 3D com uma antena embutida nos tecidos que pode captar sinais de rádio. “O resultado foi um órgão plenamente funcional que pode ouvir frequências de rádio milhões de vezes mais altas do que a frequência de áudio captada pelo ouvido humano”, disse Michael McAlphine, chefe da pesquisa, ao site Mashable. Além disso, “orelhas direita e esquerda podem ouvir música em estéreo”, garante o resumo do estudo publicado no site Nano Letters. O mais incrível é o fato da orelha biônica ter sido criada com uma impressora 3D que, nos Estados Unidos, pode ser comprada pelo equivalente a 2 mil reais. A notícia é divulgada na mesma semana em que foi noticiado o implante de uma prótese de traqueia impressa em 3D num bebê com graves problemas respiratórios.
Fonte: INFO
Um dos principais efeitos colaterais de tratamentos de câncer em mulheres jovens – a falência prematura dos ovários e a infertilidade -, que era bem conhecido, mas pouco compreendido, acaba de ganhar uma explicação e de quebra, uma possibilidade de ser evitado.
Um estudo feito por pesquisadores israelenses e publicado na edição de hoje da revista científica Science Translational Medicine avaliou o mecanismo de ação de um quimioterápico conhecido como ciclofosfamida – droga de uma geração mais antiga e que compõe coquetéis de tratamento principalmente para casos de câncer de mama.
Investigando seu efeito em camundongos fêmeas, os pesquisadores observaram que o medicamento, ao mesmo tempo em que impede a proliferação de células cancerígenas, acaba promovendo o crescimento de folículos presentes no ovário. Esses folículos são aglomerados de células que contêm, cada um, um óvulo. Ao longo da vida de uma mulher, a cada mês um pequeno número desses folículos começa a crescer até atingir a maturidade, quando ocorre a ovulação. Com o envelhecimento, esse número de folículos vai diminuindo.
Os pesquisadores descobriram que a ciclofosfamida acelera esse processo, fazendo com que todos os folículos comecem a crescer. E, uma vez que se inicia o amadurecimento, o caminho é sem volta. O reservatório, por fim, acaba sendo esvaziado. Daí a infertilidade.
A boa notícia é que os cientistas, liderados por Lital Kalich-Philosoph, descobriram que outra droga, apelidada de AS101, foi capaz de proteger os ovários durante o tratamento. Os camundongos que receberam a medicação juntamente com a quimioterapia mantiveram mais folículos em seus ovários após o tratamento do que aqueles que só tomaram o remédio anticâncer. E, quando elas acasalaram algum tempo depois, conseguiram ter tantos filhotes quanto animais que não tinham passado pelo tratamento. A droga está em fase 2 de teste clínico – ou seja, está sendo investigado se ela pode ser considerada segura para humanos. Mas até se traduzir em um possível tratamento para mulheres ainda tem uma longa distância.
Fonte: Estadão