Qual documentação é pedida na maioria dos casos para se colocar aparelho?
29 de dezembro de 2016 às 7:54
Quando o paciente e o dentista especializado decidem juntos que é a hora que colocar um aparelho ortodôntico é porque eles já passaram por algumas fases cheias de conversas, análises e exames. Colocar aparelho por estética (para parecer descolado ou mais jovem) ou sem nenhum exame prévio pode te trazer muito mais problema do que o que já existia ou pior, pode estragar um sorriso que era perfeito.
A combinação da documentação ortodôntica com o exame clínico feito por um especialista será a garantia de um tratamento bem sucedido. Mas para isso, todos os exames devem ser exigidos.
A documentação normalmente pedida é a radiografia panorâmica (em que todos os dentes podem ser observados), a radiografia em norma lateral (em que se observa a cabeça do paciente lateralmente), os modelos de gesso e as fotografias. Alguns ortodontistas podem pedir também exames específicos para cada caso, como tomografias e radiografias para avaliação de assimetrias ou de outras alterações.
Importância dos documentos
A partir desses documentos, uma minuciosa análise começa. O ortodontista vai utilizar a radiografia em norma lateral para avaliar o crescimento e o desenvolvimento da face do paciente, o que é importante em pacientes jovens e cirúrgicos e conferir algumas medidas importantes para o planejamento.
Radiografias panorâmicas são importantes para a avaliação de dentes fora de posição, dentes que não se desenvolvem e dentes que se desenvolveram em maior número que o normal. Além do mais, muitos achados incidentais podem acontecer nesses exames. Esses achados são problemas e doenças que são detectados por acaso. Existem casos de tumores ou lesões que já foram encontradas em exames para ortodontia.
Além do mais, existe o aspecto legal da coisa: o tratamento ortodôntico é um processo que pode levar algum tempo. O registro de como o paciente se encontrava no início do tratamento é extremamente importante para resolver possíveis conflitos entre o paciente e o ortodontista de maneira mais confiável.
Aparelho proibido?
Mas será que é possível que esses exames revelem que uma pessoa não pode usar aparelho? É pouco provável, mas eles mostram se há problemas mais urgentes a serem tratados antes de iniciar o tratamento ortodôntico.
Pacientes com tendências a reabsorção radicular devem ser monitorados radiograficamente. Problemas periodontais (inflamação na gengiva e no osso que sustenta o dente) também devem ser avaliados previamente ao tratamento ortodôntico por um periodontista. Problemas de DTM (dor de cabeça e ruídos na articulação da mandíbula) devem ser avaliados por um especialista em dor orofacial antes de começar a ortodontia. Finalmente, o endodontista deve avaliar possíveis suspeitas de dentes com alterações pulpares (dor, sensibilidade e alteração de cor) que podem necessitar de um tratamento de canal.
Aparelho de camelô
Depois de todas essas explicações sobre a importância da documentação ortodôntica, não é preciso nem falar o quão perigoso pode ser colocar um aparelho sem a supervisão de um profissional, sem exames ou apenas por estética.
Apesar da moda do “aparelho de camelô” já ter passado, ainda existe essa prática, principalmente em pacientes mais jovens. O que deve ficar claro é que o tratamento ortodôntico é um tratamento de saúde como qualquer outro, com benefícios e efeitos colaterais. Servir de “enfeite” não é um benefício, porém, o paciente vai sofrer com os efeitos colaterais da mesma maneira. Se o tratamento não for feito por um especialista, existem riscos ainda maiores como o de perda dental.
fonte: Agência Beta