O câncer de tiroide pode ser causado por radiografias odontológicas?

Quem está sempre ligado nas redes sociais deve ter visto um vídeo que andou circulando por aí associando os exames de mamografia e os odontológicos ao câncer de tireoide. Esse material, inclusive, citava o nome do popular e renomado médico Drauzio Varella como autor das informações. Correntes virtuais a parte, será que essas informações têm algum fundamento? Segundo nossas pesquisas, parece que não.

Para quem não viu, o vídeo afirma que os casos de câncer de tireoide estão aumentando por causa da radiação emanada durante esses tipos de exames e ainda critica muitos profissionais que não oferecem aos pacientes protetores de chumbo para a garganta, fator que colaboraria ainda mais para o aumento da doença.

Indignado com o uso indevido do seu nome, Drauzio Varella desmentiu a informação em seu site. “Nunca gravei nenhum programa afirmando que a mamografia causa câncer de tireoide. Esse tipo de afirmação confunde a população e é um desserviço”, disse o médico na sua página da internet.

Radiografias odontológicas
Intrigados, principalmente em relação aos exames odontológicos, procuramos José Luiz Cintra Junqueira, cirurgião-dentista, doutor em Radiologia e em Ortodontia e diretor geral da Faculdade São Leopoldo Mandic, para esclarecer nossas dúvidas. Sem rodeios, o especialista foi direto.

“As radiografias odontológicas não apresentam risco se forem usadas as ferramentas de radioproteção que médicos e dentistas conhecem e usam rotineiramente para auxiliar no radiodiagnóstico”, diz José Luiz.

No entanto, o especialista faz questão de destacar que essa polêmica nem deveria ser levada em conta uma vez que a radiação emanada nesses exames é muito pequena.

“Estudos mostraram que nunca foi comprovado cientificamente a relação entre o câncer de tireoide e radiologia odontológica pela simples razão de que os exames radiográficos odontológicos utilizam doses pequenas de radiação x. E os pacientes se submetem à radiação poucas vezes”, diz o especialista.

100 vezes menor
A Comissão Nacional de Mamografia divulgou uma nota em 2015 dizendo que os riscos de indução desse tipo de câncer depois de uma mamografia são insignificantes tratando-se de 1 caso detectado a cada 17 milhões de mulheres entre 40 e 80 anos.

Ainda segundo a nota, a dose de radiação que atinge a tireoide durante o exame é menor que 1% comparando-a com a dose que vai para a mama. No caso dos exames odontológicos a proporção é ainda menor. Para se ter uma ideia em números, a dose de radiação à qual o paciente é exposto em uma mamografia, que já vimos ser pequena, é mais de 100 vezes maior do que a dose em um raio-X odontológico.

A polêmica do colar de proteção
Segundo José Luiz, caso não seja oferecido os instrumentos de proteção adequados na hora do exame, o paciente deve exigi-los. “Devem ser exigidos o avental de chumbo e o colar de tireoide (proteção de pescoço) para radiografias intrabucais e extrabucais, além de observar se um dentista ou radiologista está responsável pelo exame”, diz o especialista.

A polêmica existe porque em alguns exames, esse colar de pescoço pode prejudicar os resultados. A própria Comissão Nacional de Mamografia não recomenda seu uso alegando que pode interferir no posicionamento da mama, reduzindo a qualidade da imagem, interferindo no diagnóstico e levando à necessidade de repetições de exames.

E não é só isso. Eles ainda alegam que, como há uma exposição insignificante à radiação de outros locais que não seja a mama, o protetor teria mais uma função psicológica do que preventiva.

José Luiz concorda em partes com a CNM. “Quando possível, recomendo usar o protetor, mas, em alguns exames ele realmente pode prejudicar o resultado. Caberá ao dentista especialista em radiologia decidir, porque se o foco da análise for próximo do pescoço, a imagem poderá ser prejudicada, sim”, diz o especialista.

fonte: Agência Beta

Problemas bucais podem afetar o paladar

Não é comum dizer que quando um problema aparece, outros tantos vêm junto com ele? Com a saúde bucal também funciona mais ou menos assim. Uma “simples” perda do paladar pode estar associada á cárie a e boca seca, sintomas que você pode nem ter percebido ou não ter dado a importância que devia.

Por isso, quando o gosto dos alimentos começar a te parecer estranho ou sem sabor, procure um dentista, pois é bem provável que você esteja com outros problemas bucais além dele, como baixo fluxo salivar, por exemplo.

A falta de saliva realmente é motivo de alerta, pois causa diversos problemas, dentre eles alteração no paladar e mastigação mais complicada, principalmente em casos de alimentos fibrosos e secos. Nesses casos, qualquer negligência quanto a higienização bucal, pode piorar ainda mais o quadro. A perda da habilidade para saborear alguns alimentos também pode estar associada à má saúde oral, pois algumas bactérias produzem toxina e estes metabólicos alteram o sabor.

Mas como é possível saber que estamos com problemas na saliva antes de chegar ao ponto de perder o paladar? Os primeiros sinais da falta de salivação é a sensação de gosto amargo na boca e também uma impressão de que os dentes não foram escovados.

Bola de neve
É aí uma coisa começa a puxar a outra. Quando as pessoas sentem menos o sabor dos alimentos, elas tendem usar mais sal e açúcar no preparo dos refeições e todo mundo sabe que o alto consumo desses itens, principalmente do segundo, está diretamente ligado à cárie.

Além de roubar o paladar e o sabor dos alimentos, a diminuição do fluxo salivar compromete toda a saúde oral causando cáries e problemas periodontais (gengiva). Somado a isso, a hipossalivação ainda pode predispor infecções orais como a candidíase.

Problemas e os sabores
E o mais curioso disso tudo é que certos problemas bucais afetam certos sabores específicos. Por exemplo, pessoas com problemas de boca seca sentem menos o doce, já inflamações e cáries em excesso afetam mais a percepção do amargo.

O gosto amargo foi particularmente prejudicado em pacientes com um crescimento elevado de lactobacilos. Eles aumentam em ambiente ácido e também produzem ácidos que podem causar uma diminuição do sabor azedo e assim diminuir a sensação de alimentos ácidos.

Higiene bucal e os sabores
Muitos estudos também já provaram que má higiene oral está associada à redução do sabor total dos alimentos e ao gosto do salgado, em específico.

E a falta de saliva também contribui muito com a diminuição da percepção dos sabores dos alimentos, pois sem ela não conseguimos dissolver os alimentos e as papilas gustativas não conseguem realizar seu trabalho que é definir o sabor.

Por isso, é fundamental fazer consultas ao dentista periodicamente, pois somente o dentista é capaz de diagnosticar cáries, problemas na gengiva, má higiene, e mau hálito. Manter uma boa saúde bucal está diretamente ligada ao prazer de sentir os sabores dos alimentos e a qualidade de vida das pessoas.

fonte: Agência Beta

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