Apesar de provisórios, os dentes de leite são muito importantes para o sorriso uma vez que são fundamentais para o desenvolvimento funcional e psicoemocional da criança. Afinal, são eles que estão lá e dão suporte quando os pequeninos começam a comer e falar. E também é a partir deles que o indivíduo aprende como higienizar a boca corretamente e traça os primeiros passos para um sorriso bonito.

Do ponto de vista funcional os dentes de leite beneficiam especificamente três aspectos: a mastigação, a fonação e o desenvolvimento e crescimento craniofacial.

Eles permitem o corte e mastigação dos alimentos, sendo que o aumento da consistência dos alimentos é realizado conforme aumenta o número de dentes de leite. Eles auxiliam na correta articulação dos fonemas, sendo que a ausência dos mesmos compromete a fala da criança. E ainda servem de guia para os seus sucessores permanentes, mantendo o espaço para a sua correta erupção e evitando o posicionamento incorreto dos dentes na arcada dentária que possam comprometer a estética no futuro.

Do ponto de vista psicoemocional, a criança já possui um autoconhecimento e tem consciência do que é feio ou bonito em seu sorriso. Assim, muitas doenças bucais tais como a cárie dentária, podem comprometer a qualidade de vida, bem-estar emocional e social em crianças pequenas.

Bem tratados, sim!
No entanto, há ainda quem pense que por serem provisórios, eles não precisam ser tão bem higienizados quanto os permanentes. Doce engano. Segundo a Associação Brasileira de Odontopediatria os profissionais da área têm o dever de orientar e motivar os responsáveis pelas crianças a cuidarem bem da saúde bucal dos pequenos.

A orientação é para que os dentes de leite sejam higienizados com escova e creme dental com flúor com pelo menos 1000 ppm desde a erupção do primeiro dente. A grande diferença na higienização de dentes de leite e permanentes é a quantidade de creme fluoretado empregado durante a escovação, sendo que crianças com até 4 anos de idade devem usar o equivalente a um “grão de arroz cru” e crianças dos 4 aos 8 anos de idade o equivalente a um “grão de ervilha”.

Além disso, é importante que a escovação seja sempre supervisionada por um adulto e realizada logo após as refeições.

Negligência
A negligencia com os dentes de leite pode causar, a curto prazo, danos mais sérios como a cárie dentária. Em parceria com a higienização bucal desde cedo, é importante que os pais também fiquem atentos à dieta de criança. Recomenda-se que seja evitado o consumo de açúcar até os 2 anos de idade e reduzido o seu consumo após esta idade. Se a lesão de cárie acontecer e os bons hábitos de higiene e dieta ainda não forem inseridos, a lesão irá progredir podendo causar dor e até perda do dente de leite que, a longo prazo, poderá resultar em má oclusões, perda de função, estética, alteração na fala da criança e impacto na qualidade de vida da mesma.

Mais frágeis?
Não podemos considerar os dentes de leite mais frágeis que os permanentes, porém o padrão de mineralização dele é menor do que o do dente permanente.

O esmalte e dentina dos dentes de leite têm menor espessura e a polpa dentária, conhecida como “nervo” do dente, é mais ampla. Devido a isso, as lesões de cárie atingem mais rápido a polpa do dente de leite, podendo gerar a necessidade de tratamentos de maior complexidade se não receberem cuidados em saúde bucal.

Fonte: Agência Beta

Quem usa ou já usou aparelho ortodôntico já sentiu, principalmente depois de uma consulta ao ortodontista, os dentes ficarem moles, não é? Pois saiba que isso não é apenas uma falsa impressão, não. Os dentes realmente ficam moles quando são forçados a saírem do lugar.

Na verdade, esse processo é mais comum e transitório do que a gente pensa. As coisas funcionam mais ou menos assim: os dentes estão ligados aos ossos da boca por meio de uma membrana muito fina e flexível que funciona como um amortecedor do dente para as forças da mastigação chamado ligamento periodontal (ligamento ao redor do dente).

Essa membrana é da espessura de uma folha de papel e é composta por fibras microscópicas e um líquido e é ela que possibilita que o aparelho ortodôntico movimente os dentes.

Dentes moles
Quando mastigamos, esse ligamento sofre pressão de até 50 quilos, mas como é sempre muito rápida (cerca de um segundo), nada acontece. Quando ativamos o aparelho, as pressões são mais leves, mas duram dias. Isso faz com que o ligamento periodontal fique mais largo e as fibras que ligam o dente ao osso vão se remodelando para se adaptar a nova posição do dente. O osso também muda de forma ao redor do dente. Essa combinação de desorganização do ligamento e seu alargamento causam a mobilidade dentária transitória. Ou seja, sim os dentes ficam moles por um período!

Motivo para se preocupar?
Não há motivos para se preocupar. Apesar de ficarem moles por algum tempo, após a ativação do aparelho ortodôntico os dentes voltam ao normal. Essa mobilidade pode durar alguns dias ou até a próxima consulta. Ou ainda permanecerem por um tempo após a remoção do aparelho ortodôntico, mas depois o organismo se recupera e tudo volta ao normal.

É importante diferenciar a mobilidade normal do tratamento ortodôntico do chamado “trauma oclusal”, que ocorre quando um dente está sofrendo pressão mastigatória excessiva. Neste caso a mobilidade irá perdurar enquanto o trauma estiver presente.

Tempo de uso e de dor
Essa sensação não tem nada a ver com o tempo de uso do aparelho, muito pelo contrário, na verdade ela costuma acontecer nas primeiras semanas. Muitos pacientes sentem esses efeitos já nas primeiras consultas, quando usamos fios ortodônticos finos. A partir do momento que o ortodontista coloca um fio mais grosso nas etapas finais do tratamento, a tendência é que a sensação de amolecimento diminua um pouco, pela estabilização do dente por parte do fio.

Já em relação a famosa dor inicial que as pessoas costumam sentir, sua duração é bem relativa. Apesar de variar de pessoa para pessoa e de como o aparelho foi ativado, pode-se esperar que dure alguns dias. Um estudo da Inglaterra de 2008, publicado no Jornal Europeu de Ortodontia, mostrou que a dor é pior nas primeiras 24 horas após a ativação do aparelho e diminui significativamente com 3 dias, estando normal no fim da primeira semana.

No entanto, até 4 horas após a ativação do aparelho a dor é esperada. O que não deve acontecer é a pessoa sentir dor assim que o aparelho for “apertado”, pois isso significa que está sendo colocada muita força sobre o dente. Aparelho ortodôntico que faz muita força não quer dizer necessariamente mais movimentação do dente, pode na verdade ser prejudicial para o paciente. Apenas alguns gramas são suficientes.

É possível os dentes caírem?
Pessoas com traumatismo dentário ou com problemas periodontais (problemas no osso e gengiva) são pacientes de risco na ortodontia e devem ser acompanhados de perto, pois o risco de perda de dentes pode ser piorado com o aparelho ortodôntico.

Mas não existe a possibilidade de caírem dentes em um paciente que não apresente problemas desse tipo, é só o ortodontista respeitar as forças compatíveis com o nosso organismo.

Fonte: Agência Beta