28 de julho de 2015 às 9:00
Imagine o seguinte cenário: você está em um parque de diversões com seu grupo de amigos. Conforme o horário do almoço vai se aproximando, o clima começa a mudar. A galera começa a brigar por nada, você fica sem paciência e o fato de a fila da lanchonete estar gigantesca deixa os nervos de todo mundo ainda mais à flor da pele. Mas depois do lanche, tudo volta ao normal.
Parece familiar? Existem várias razões pelas quais ficamos mais rabugentos e sensíveis quando estamos com fome.
Primeiro, pense na dupla fome + irritação como um mecanismo para a sobrevivência dos humanos e de animais. Se um animal deixasse a fome de lado e permitisse que outros seres comessem antes dele, sua espécie provavelmente não sobreveviria.
Outras explicações
Tudo o que nós comemos (carboidratos, proteínas e gorduras) é digerido em nutrientes que vão para a corrente sanguínea, onde são distribuídos para nossos órgãos e tecidos para serem usados como energia. A quantidade desses nutrientes circulando na corrente sanguínea diminuem de acordo com a passagem de tempo desde a última vez que nos alimentamos.
Ao contrário da maioria dos órgãos, que podem usar outros nutrientes para se manter, o cérebro depende muito da glicose para continuar funcionando. Logo, se os níveis de glicose no sangue diminuem demais, o cérebro vê isso como uma ameaça. Por isso pode parecer difícil se concentrar ou se comunicar quando a fome é grande.
E os problemas não param por ai: quando os níveis de glicose no sangue diminuem demais, o sangue começa a mandar instruções para vários órgãos sintetizarem e liberarem hormônios que aumentam a quantidade de glicose na corrente sanguínea. Dos quatro hormônios que ajudam a regular a glicose, dois (adrenalina e cortisol) também são liberados em situações estressantes. Por isso algumas das reações que temos quando estamos com fome são parecidas com as que esboçamos em brigas.
Fonte: GALILEU